Papa Francisco
destacou que cuidar da criação tem relação não somente com a natureza, mas
também com o relacionamento humano
Francisco recordou as palavras do Papa Emérito Bento XVI, que sempre lembrava que este cuidado confiado por Deus Criador requer captar o ritmo e a lógica da criação. “Nós, em vez disso, estamos muitas vezes guiados pela soberba do domínio, do possuir, do manipular, do explorar (…). Estamos perdendo a atitude de admiração, de contemplação, de escuta da criação”, disse Francisco.
Segundo explicou o Santo Padre, o significado
desse “cultivar e cuidar” da criação é fazer o mundo crescer com
responsabilidade, transformá-lo para que ele seja um jardim, um lugar habitável
para todos. Porém, hoje em dia há uma crise notável no ambiente, mas, sobretudo,
no homem. “A pessoa humana está em perigo: eis a urgência da ecologia humana! E
o perigo é grave, porque a causa do problema não é superficial, mas profunda:
não é somente uma questão de economia, mas de ética e de antropologia”.
Sobre a “cultura do descartável”, Francisco
alertou que ela tende a se transformar mentalidade comum, que contagia todos.
Ele lembrou que esta cultura tornou os homens insensíveis até mesmo com relação
ao desperdício de alimentos, atitude ainda mais deplorável quando em todas as
partes do mundo, infelizmente, muitos indivíduos e famílias sofrem de fome e
desnutrição.
“Convido todos a refletir sobre o problema da
perda e do desperdício de alimento para identificar vias que, abordando
seriamente tal problemática, sejam veículo de solidariedade e de partilha com os
mais necessitados”.