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Papa Francisco é presenteado com estátua de chocolate

Papa provou um pedaço da estátua de chocolate e doou-a para a Cáritas de Roma, para ser saboreada pelos menos favorecidos

Papa Francisco é presenteado com estátua de chocolateUma Associação de Chocolateiros italianos presenteou o Papa Francisco nesta quarta-feira, 5, com uma estátua de chocolate em tamanho real. A escultura foi entregue ao Pontífice após Audiência Geral.
O Presidente da Associação, Mirco della Vecchia, promotor da iniciativa, Paolo Moro e a Academia dos Mestres Chocolateiros, entregaram a escultura ao Santo Padre junto a outras 1,5 toneladas de chocolate, o mesmo peso da escultura.
A confecção da estátua foi uma iniciativa lançada pela Academia dos Mestres Chocolateiros, por ocasião da abertura do 35º SIGEP – uma das mais importantes feiras de doces artesanais do mundo -, realizada em Rímini, Itália, de 18 de janeiro a 22 de janeiro. Após ficar exposta na Feira, a estátua foi trazida ao Vaticano. Cerca de 20 cursistas trabalharam durante quatro semanas para completar a obra.
Segundo o L’Osservatore Romano, Francisco decidiu doar a estátua e as 1,5 toneladas de chocolate à Caritas de Roma, para que ele possa ser saboreado pelas pessoas menos favorecidas. Mas antes, experimentou um pedaço da obra.
O cacau para a confecção da escultura é proveniente de uma pequena cooperativa localizada no Lago Atitlán, na Guatemala.
A estátua de chocolate é um dos tantos presentes curiosos que o primeiro Papa recebeu neste primeiro ano de pontificado, a ser celebrado em 19 de março. Em junho passado ele foi presenteado com uma Harley Davidson – por ocasião dos 110 anos da marca estadunidense – que foi doada em outubro à Caritas e leiloada em Paris.

Papa nomeia brasileiros para organismo do Vaticano

Dom Orani Tempesta, Cardeal Braz de Aviz e Dom Alberto Taveira foram os nomeados

Papa nomeia brasileiros para organismo do VaticanoO Pontifício Conselho para os Leigos tem dois novos membros brasileiros: o prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Cardeal João Braz de Aviz, e o arcebispo do Rio de Janeiro, recém-designado cardeal, Dom Orani João Tempesta. A nomeação foi feita nesta quinta-feira, 6, pelo Papa Francisco.
O Santo Padre também nomeou alguns consultores do Pontifício Conselho para os Leigos, entre os quais o arcebispo de Belém (PA), Dom Alberto Taveira Corrêa; e Frei Hans Stapel, O.F.M., fundador e presidente da Associação Internacional de Fiéis Família da Esperança.
Também foram nomeados membros do referido Conselho outros cardeais, entre os quais o arcebispo de Viena (Áustria), Christoph Schoborn, o de Milão (Itália), Angelo Scola, o de Nairóbi (Quênia), John Njue, o de Munique (Alemanha), Reinhard Marx, de Manila (Filipinas), Luis Antônio Tagle, entre outros.

Papa expressa pesar por vítimas de incêndio em Buenos Aires

Santo Padre reza para que Deus console e dê força aos atingidos pela tragédia
 
O Papa Francisco enviou um telegrama de condolências pelas vítimas do incêndio que aconteceu ontem, 5, no Bairro de Barracas, em Buenos Aires (Argentina). A mensagem foi endereçada ao arcebispo local, Dom Mario Aurelio Poli.
Francisco relata sua tristeza ao saber a notícia do incêndio, que causou a morte de alguns bombeiros e demais pessoas que lutavam para acabar com as chamas. Além disso, houve vários feridos e danos materiais, situação trágica pela qual o Papa transmite a todos sua proximidade espiritual.
“Peço a Deus que conceda seu consolo e fortaleza aos afetados pela tragédia e inspire em todos sentimentos de solidariedade fraterna, que ajudem a enfrentar esta adversidade da melhor forma possível”.

Papa pede que jovens rejeitem cultura do provisório

Em mensagem para JMJ 2014, em nível diocesano, Francisco explica aos jovens o que significa ser “pobre em espírito”
 
Papa pede que jovens rejeitem cultura do provisórioO Vaticano publicou nesta quinta-feira, 6, a mensagem do Papa Francisco para a 29ª Jornada Mundial da Juventude, que será realizada em 13 de abril de 2014 em âmbito diocesano. O tema da mensagem vem do Evangelho de Mateus: “Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu” (Mt 5, 3).
Até a JMJ 2016, na Polônia, que será em âmbito internacional, o Pontífice quer refletir com os jovens sobre as Bem-aventuranças, que trazem, segundo ele, uma novidade revolucionária. Isso porque propõem um modelo de felicidade oposto ao que é comumente transmitido pelo mundo.
“Queridos jovens, Jesus interpela-nos para que respondamos à sua proposta de vida, para que decidamos qual estrada queremos seguir a fim de chegar à verdadeira alegria. Trata-se dum grande desafio de fé”.
O Papa encoraja os jovens a desejarem coisas grandes, ampliarem seus corações, o que os fará rejeitarem as numerosas ofertas de felicidade “a baixo preço” que se encontram ao seu redor.
“Tende a coragem de ir contra a corrente. Tende a coragem da verdadeira felicidade! Dizei não à cultura do provisório, da superficialidade e do descartável, que não vos considera capazes de assumir responsabilidades e enfrentar os grandes desafios da vida”.
Francisco também explica aos jovens o significado de ser “pobres em espírito”, recordando que o próprio Cristo escolheu um caminho de pobreza, de despojamento e citando também São Francisco de Assis, que imitou a pobreza de Cristo e Seu amor pelos pobres.
Para transformar essa pobreza em estilo de vida, o Papa indica aos jovens três pontos: ser sóbrio, não se deixando levar pela cultura do consumo; colocar a solidariedade no centro da cultura humana e aprender com a sabedoria dos pobres.
“Os pobres não são pessoas a quem podemos apenas dar qualquer coisa. Eles têm tanto para nos oferecer, para nos ensinar. (…) Ensinam-nos que uma pessoa não vale por aquilo que possui, pelo montante que tem na conta bancária. (…) Os pobres podem ensinar-nos muito também sobre a humildade e a confiança em Deus”.
A pobreza em espírito orienta a relação com Deus, lembrou Francisco, dizendo que há uma relação entre pobreza e evangelização. Neste ponto, ele retoma o tema da última Jornada: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações” (Mt 28, 19)
“O Senhor quer uma Igreja pobre, que evangelize os pobres. A pobreza evangélica é condição fundamental para que o Reino de Deus se estenda. As alegrias mais belas e espontâneas que vi ao longo da minha vida eram de pessoas pobres que tinham pouco a que se agarrar. A evangelização, no nosso tempo, só será possível por contágio de alegria”.

Mensagem do Papa para 29º Jornada Mundial da Juventude

Mensagem do Papa para 29º Jornada Mundial da Juventude
MENSAGEM

Mensagem do Papa Francisco para a 29ª Jornada Mundial da Juventude (13 de abril de 2014)
Quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014
 
Confira a seguir a mensagem do Papa Francisco para a 29ª Jornada Mundial da Juventude, que será realizada em 13 de abril de 2014, Domingo de Ramos, em nível diocesano.
“Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu” (Mt 5, 3)
Queridos jovens,
Permanece gravado na minha memória o encontro extraordinário que vivemos no Rio de Janeiro, na XXVIII Jornada Mundial da Juventude: uma grande festa da fé e da fraternidade. A boa gente brasileira acolheu-nos de braços escancarados, como a estátua de Cristo Redentor que domina, do alto do Corcovado, o magnífico cenário da praia de Copacabana. Nas margens do mar, Jesus fez ouvir de novo a sua chamada para que cada um de nós se torne seu discípulo missionário, O descubra como o tesouro mais precioso da própria vida e partilhe esta riqueza com os outros, próximos e distantes, até às extremas periferias geográficas e existenciais do nosso tempo.
A próxima etapa da peregrinação intercontinental dos jovens será em Cracóvia, em 2016. Para cadenciar o nosso caminho, gostaria nos próximos três anos de reflectir, juntamente convosco, sobre as Bem-aventuranças que lemos no Evangelho de São Mateus (5, 1-12). Começaremos este ano meditando sobre a primeira: «Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu» (Mt 5, 3); para 2015, proponho: «Felizes os puros de coração, porque verão a Deus» (Mt 5, 8); e finalmente, em 2016, o tema será: «Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia» (Mt 5, 7).
 
1. A força revolucionária das Bem-aventuranças
 
É-nos sempre muito útil ler e meditar as Bem-aventuranças! Jesus proclamou-as no seu primeiro grande sermão, feito na margem do lago da Galileia. Havia uma multidão imensa e Ele, para ensinar os seus discípulos, subiu a um monte; por isso é chamado o «sermão da montanha». Na Bíblia, o monte é visto como lugar onde Deus Se revela; pregando sobre o monte, Jesus apresenta-Se como mestre divino, como novo Moisés. E que prega Ele? Jesus prega o caminho da vida; aquele caminho que Ele mesmo percorre, ou melhor, que é Ele mesmo, e propõe-no como caminho da verdadeira felicidade. Em toda a sua vida, desde o nascimento na gruta de Belém até à morte na cruz e à ressurreição, Jesus encarnou as Bem-aventuranças. Todas as promessas do Reino de Deus se cumpriram n’Ele.
Ao proclamar as Bem-aventuranças, Jesus convida-nos a segui-Lo, a percorrer com Ele o caminho do amor, o único que conduz à vida eterna. Não é uma estrada fácil, mas o Senhor assegura-nos a sua graça e nunca nos deixa sozinhos. Na nossa vida, há pobreza, aflições, humilhações, luta pela justiça, esforço da conversão quotidiana, combates para viver a vocação à santidade, perseguições e muitos outros desafios. Mas, se abrirmos a porta a Jesus, se deixarmos que Ele esteja dentro da nossa história, se partilharmos com Ele as alegrias e os sofrimentos, experimentaremos uma paz e uma alegria que só Deus, amor infinito, pode dar.
As Bem-aventuranças de Jesus são portadoras duma novidade revolucionária, dum modelo de felicidade oposto àquele que habitualmente é transmitido pelos mass media, pelo pensamento dominante. Para a mentalidade do mundo, é um escândalo que Deus tenha vindo para Se fazer um de nós, que tenha morrido numa cruz. Na lógica deste mundo, aqueles que Jesus proclama felizes são considerados «perdedores», fracos. Ao invés, exalta-se o sucesso a todo o custo, o bem-estar, a arrogância do poder, a afirmação própria em detrimento dos outros.
Queridos jovens, Jesus interpela-nos para que respondamos à sua proposta de vida, para que decidamos qual estrada queremos seguir a fim de chegar à verdadeira alegria. Trata-se dum grande desafio de fé. Jesus não teve medo de perguntar aos seus discípulos se verdadeiramente queriam segui-Lo ou preferiam ir por outros caminhos (cf. Jo 6, 67). E Simão, denominado Pedro, teve a coragem de responder: «A quem iremos nós, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna» (Jo 6, 68). Se souberdes, vós também, dizer «sim» a Jesus, a vossa vida jovem encher-se-á de significado, e assim será fecunda.
 
2. A coragem da felicidade
 
O termo grego usado no Evangelho é makarioi, «bem-aventurados». E «bem-aventurados» quer dizer felizes. Mas dizei-me: vós aspirais deveras à felicidade? Num tempo em que se é atraído por tantas aparências de felicidade, corre-se o risco de contentar-se com pouco, com uma ideia «pequena» da vida. Vós, pelo contrário, aspirai a coisas grandes! Ampliai os vossos corações! Como dizia o Beato Pierjorge Frassati, «viver sem uma fé, sem um património a defender, sem sustentar numa luta contínua a verdade, não é viver, mas ir vivendo. Não devemos jamais ir vivendo, mas viver» (Carta a I. Bonini, 27 de Fevereiro de 1925). Em 20 de Maio de 1990, no dia da sua beatificação, João Paulo II chamou-lhe «homem das Bem-aventuranças» (Homilia na Santa Missa: AAS 82 [1990], 1518).
Se verdadeiramente fizerdes emergir as aspirações mais profundas do vosso coração, dar-vos-eis conta de que, em vós, há um desejo inextinguível de felicidade, e isto permitir-vos-á desmascarar e rejeitar as numerosas ofertas «a baixo preço» que encontrais ao vosso redor. Quando procuramos o sucesso, o prazer, a riqueza de modo egoísta e idolatrando-os, podemos experimentar também momentos de inebriamento, uma falsa sensação de satisfação; mas, no fim de contas, tornamo-nos escravos, nunca estamos satisfeitos, sentimo-nos impelidos a buscar sempre mais. É muito triste ver uma juventude «saciada», mas fraca.
Escrevendo aos jovens, São João dizia: «Vós sois fortes, a palavra de Deus permanece em vós e vós vencestes o Maligno» (1 Jo 2, 14). Os jovens que escolhem Cristo são fortes, nutrem-se da sua Palavra e não se «empanturram» com outras coisas. Tende a coragem de ir contra a corrente. Tende a coragem da verdadeira felicidade! Dizei não à cultura do provisório, da superficialidade e do descartável, que não vos considera capazes de assumir responsabilidades e enfrentar os grandes desafios da vida.
 
3. Felizes os pobres em espírito…
 
A primeira Bem-aventurança, tema da próxima Jornada Mundial da Juventude, declara felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu. Num tempo em que muitas pessoas penam por causa da crise económica, pode parecer inoportuno acostar pobreza e felicidade. Em que sentido podemos conceber a pobreza como uma bênção?
Em primeiro lugar, procuremos compreender o que significa «pobres em espírito». Quando o Filho de Deus Se fez homem, escolheu um caminho de pobreza, de despojamento. Como diz São Paulo, na Carta aos Filipenses: «Tende entre vós os mesmos sentimentos que estão em Cristo Jesus: Ele, que é de condição divina, não considerou como uma usurpação ser igual a Deus; no entanto, esvaziou-Se a Si mesmo, tomando a condição de servo e tornando-Se semelhante aos homens» (2, 5-7). Jesus é Deus que Se despoja da sua glória. Vemos aqui a escolha da pobreza feita por Deus: sendo rico, fez-Se pobre para nos enriquecer com a sua pobreza (cf. 2 Cor 8, 9). É o mistério que contemplamos no presépio, vendo o Filho de Deus numa manjedoura; e mais tarde na cruz, onde o despojamento chega ao seu ápice.
O adjectivo grego ptochós (pobre) não tem um significado apenas material, mas quer dizer «mendigo». Há que o ligar com o conceito hebraico de anawim (os «pobres de Iahweh»), que evoca humildade, consciência dos próprios limites, da própria condição existencial de pobreza. Os anawim confiam no Senhor, sabem que dependem d’Ele.
Como justamente soube ver Santa Teresa do Menino Jesus, Cristo na sua Encarnação apresenta-Se como um mendigo, um necessitado em busca de amor. O Catecismo da Igreja Católica fala do homem como dum «mendigo de Deus» (n. 2559) e diz-nos que a oração é o encontro da sede de Deus com a nossa (n. 2560).
São Francisco de Assis compreendeu muito bem o segredo da Bem-aventurança dos pobres em espírito. De facto, quando Jesus lhe falou na pessoa do leproso e no Crucifixo, ele reconheceu a grandeza de Deus e a própria condição de humildade. Na sua oração, o Poverello passava horas e horas a perguntar ao Senhor: «Quem és Tu? Quem sou eu?» Despojou-se duma vida abastada e leviana, para desposar a «Senhora Pobreza», a fim de imitar Jesus e seguir o Evangelho à letra. Francisco viveu a imitação de Cristo pobre e o amor pelos pobres de modo indivisível, como as duas faces duma mesma moeda.
Posto isto, poder-me-íeis perguntar: Mas, em concreto, como é possível fazer com que esta pobreza em espírito se transforme em estilo de vida, incida concretamente na nossa existência? Respondo-vos em três pontos.
Antes de mais nada, procurai ser livres em relação às coisas. O Senhor chama-nos a um estilo de vida evangélico caracterizado pela sobriedade, chama-nos a não ceder à cultura do consumo. Trata-se de buscar a essencialidade, aprender a despojarmo-nos de tantas coisas supérfluas e inúteis que nos sufocam. Desprendamo-nos da ambição de possuir, do dinheiro idolatrado e depois esbanjado. No primeiro lugar, coloquemos Jesus. Ele pode libertar-nos das idolatrias que nos tornam escravos. Confiai em Deus, queridos jovens! Ele conhece-nos, ama-nos e nunca se esquece de nós. Como provê aos lírios do campo (cf. Mt 6, 28), também não deixará que nos falte nada! Mesmo para superar a crise económica, é preciso estar prontos a mudar o estilo de vida, a evitar tantos desperdícios. Como é necessária a coragem da felicidade, também é precisa a coragem da sobriedade.
Em segundo lugar, para viver esta Bem-aventurança todos necessitamos de conversão em relação aos pobres. Devemos cuidar deles, ser sensíveis às suas carências espirituais e materiais. A vós, jovens, confio de modo particular a tarefa de colocar a solidariedade no centro da cultura humana. Perante antigas e novas formas de pobreza – o desemprego, a emigração, muitas dependências dos mais variados tipos –, temos o dever de permanecer vigilantes e conscientes, vencendo a tentação da indiferença. Pensemos também naqueles que não se sentem amados, não olham com esperança o futuro, renunciam a comprometer-se na vida porque se sentem desanimados, desiludidos, temerosos. Devemos aprender a estar com os pobres. Não nos limitemos a pronunciar belas palavras sobre os pobres! Mas encontremo-los, fixemo-los olhos nos olhos, ouçamo-los. Para nós, os pobres são uma oportunidade concreta de encontrar o próprio Cristo, de tocar a sua carne sofredora.
Mas – e chegamos ao terceiro ponto – os pobres não são pessoas a quem podemos apenas dar qualquer coisa. Eles têm tanto para nos oferecer, para nos ensinar. Muito temos nós a aprender da sabedoria dos pobres! Pensai que um Santo do século XVIII, Bento José Labre – dormia pelas ruas de Roma e vivia das esmolas da gente –, tornara-se conselheiro espiritual de muitas pessoas, incluindo nobres e prelados. De certo modo, os pobres são uma espécie de mestres para nós. Ensinam-nos que uma pessoa não vale por aquilo que possui, pelo montante que tem na conta bancária. Um pobre, uma pessoa sem bens materiais, conserva sempre a sua dignidade. Os pobres podem ensinar-nos muito também sobre a humildade e a confiança em Deus. Na parábola do fariseu e do publicano (cf. Lc 18, 9-14), Jesus propõe este último como modelo, porque é humilde e se reconhece pecador. E a própria viúva, que lança duas moedinhas no tesouro do templo, é exemplo da generosidade de quem, mesmo tendo pouco ou nada, dá tudo (Lc 21, 1-4).
 
4. … porque deles é o Reino do Céu
 
Tema central no Evangelho de Jesus é o Reino de Deus. Jesus é o Reino de Deus em pessoa, é o Emanuel, Deus connosco. E é no coração do homem que se estabelece e cresce o Reino, o domínio de Deus. O Reino é, simultaneamente, dom e promessa. Já nos foi dado em Jesus, mas deve ainda realizar-se em plenitude. Por isso rezamos ao Pai cada dia: «Venha a nós o vosso Reino».
Há uma ligação profunda entre pobreza e evangelização, entre o tema da última Jornada Mundial da Juventude – «Ide e fazei discípulos entre todas as nações» (Mt 28, 19) – e o tema deste ano: «Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu» (Mt 5, 3). O Senhor quer uma Igreja pobre, que evangelize os pobres. Jesus, quando enviou os Doze em missão, disse-lhes: «Não possuais ouro, nem prata, nem cobre, em vossos cintos; nem alforge para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem cajado; pois o trabalhador merece o seu sustento» (Mt 10, 9-10). A pobreza evangélica é condição fundamental para que o Reino de Deus se estenda. As alegrias mais belas e espontâneas que vi ao longo da minha vida eram de pessoas pobres que tinham pouco a que se agarrar. A evangelização, no nosso tempo, só será possível por contágio de alegria.
Como vimos, a Bem-aventurança dos pobres em espírito orienta a nossa relação com Deus, com os bens materiais e com os pobres. À vista do exemplo e das palavras de Jesus, damo-nos conta da grande necessidade que temos de conversão, de fazer com que a lógica do ser mais prevaleça sobre a lógica do ter mais. Os Santos são quem mais nos pode ajudar a compreender o significado profundo das Bem-aventuranças. Neste sentido, a canonização de João Paulo II, no segundo domingo de Páscoa, é um acontecimento que enche o nosso coração de alegria. Ele será o grande patrono das Jornadas Mundiais da Juventude, de que foi o iniciador e impulsionador. E, na comunhão dos Santos, continuará a ser, para todos vós, um pai e um amigo.
No próximo mês de Abril, tem lugar também o trigésimo aniversário da entrega aos jovens da Cruz do Jubileu da Redenção. Foi precisamente a partir daquele acto simbólico de João Paulo II que principiou a grande peregrinação juvenil que, desde então, continua a atravessar os cinco continentes. Muitos recordam as palavras com que, no domingo de Páscoa do ano 1984, o Papa acompanhou o seu gesto: «Caríssimos jovens, no termo do Ano Santo, confio-vos o próprio sinal deste Ano Jubilar: a Cruz de Cristo! Levai-a ao mundo como sinal do amor do Senhor Jesus pela humanidade, e anunciai a todos que só em Cristo morto e ressuscitado há salvação e redenção».
Queridos jovens, o Magnificat, o cântico de Maria, pobre em espírito, é também o canto de quem vive as Bem-aventuranças. A alegria do Evangelho brota dum coração pobre, que sabe exultar e maravilhar-se com as obras de Deus, como o coração da Virgem, que todas as gerações chamam «bem-aventurada» (cf. Lc 1, 48). Que Ela, a mãe dos pobres e a estrela da nova evangelização, nos ajude a viver o Evangelho, a encarnar as Bem-aventuranças na nossa vida, a ter a coragem da felicidade.
 
Vaticano, 21 de Janeiro – Memória de Santa Inês, virgem e mártir – de 2014.
 
FRANCISCO

Papa fala do mistério da morte: “deixar testemunho cristão”

A partir do exemplo de Davi, Francisco ressaltou a importância de morrer deixando como legado o testemunho de uma vida cristã
Papa fala do mistério da morte: "deixar testemunho cristão"Na Missa, desta quinta-feira, 6, na Casa Santa Marta, Papa Francisco comentou o mistério da morte. Ele convidou os fiéis a pedirem a Deus três graças: morrer na Igreja, morrer na esperança e morrer deixando como herança um testemunho cristão.
Na homilia, Francisco comentou a primeira leitura do dia, que conta a morte de Davi depois de uma vida vivida a serviço de seu povo. Ele destacou que o rei viveu, até o fim, a sua pertença ao povo de Deus, embora tenha cometido pecados.
“Pecador sim, traidor não! Essa é a graça: permanecer, até o fim, com o povo de Deus, ter a graça de morrer na Igreja, propriamente com povo do Senhor. Isso não se compra; é um presente de Deus e devemos pedi-lo ao Senhor”.
O segundo aspecto destacado por Francisco foi o “morrer na esperança”, tendo a consciência de que, do outro lado, alguém espera pelo homem, de forma que ele não estará sozinho. “Morrer na esperança e confiar em Deus! No entanto, a confiança n’Ele começa agora, nas pequenas coisas da vida e também nos grandes problemas.”
Francisco também falou da herança deixada por Davi, fato a partir do qual enfatizou a necessidade de morrer deixando como herança um testemunho cristão. O que Davi deixou de herança foram 40 anos de governo e um povo consolidado e forte. Ao seu filho, ele disse que fosse forte, observasse as leis de Deus e seguisse os Seus caminhos.
“Este é o legado: o nosso testemunho de cristãos deixado aos outros. Alguns de nós deixam uma grande herança! Pensemos nos santos, os quais viveram o Evangelho com tanta força, que nos deixaram um caminho de vida e um modo de viver (…) Que São Davi conceda a todos nós essas três graças!”

Catequese com o Papa Francisco – 05/02/14

Catequese com o Papa Francisco - 29/01/14
CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 05 de fevereiro de 2014

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje falarei a vocês da Eucaristia. A Eucaristia coloca-se no coração da “iniciação cristã”, junto ao Batismo e à Confirmação, e constitui a fonte da própria vida da Igreja. Deste Sacramento de amor, de fato, nasce cada autêntico caminho de fé, de comunhão e de testemunho.
Aquilo que vemos quando nos reunimos para celebrar a Eucaristia, a Missa, já nos faz intuir o que estamos para viver. No centro do espaço destinado à celebração encontra-se um altar, que é uma mesa, coberta por uma toalha e isto nos faz pensar em um banquete. Na mesa há uma cruz, a indicar que sobre aquele altar se oferece o sacrifício de Cristo: é Ele o alimento espiritual que ali se recebe, sob os sinais do pão e do vinho. Ao lado da mesa há o ambão, isso é, o lugar a partir do qual se proclama a Palavra de Deus: e isto indica que ali nós nos reunimos para escutar o Senhor que fala mediante as Sagradas Escrituras, e então o alimento que se recebe é também a sua Palavra.
Palavra e Pão na Missa tornam-se um só, como na Última Ceia, quando todas as palavras de Jesus, todos os sinais que havia feito, condensaram-se no gesto de partir o pão e de oferecer o cálice, antes do sacrifício da cruz, e naquelas palavras: “Tomai, comei, isto é o meu corpo…Tomai, bebei, isto é o seu sangue”.
O gesto de Jesus cumprido na Última Ceia é o extremo agradecimento ao Pai pelo seu amor, pela sua misericórdia. “Agradecimento” em grego se diz “Eucaristia”. E por isto o Sacramento se chama Eucaristia: é o supremo agradecimento ao Pai, que nos amou tanto a ponto de dar-nos o seu Filho por amor. Eis porque o termo Eucaristia resume todo aquele gesto, que é gesto de Deus e do homem junto, gesto de Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
Então a Celebração Eucarística é bem mais que um simples banquete: é propriamente o memorial da Páscoa de Jesus, o mistério central da salvação. “Memorial” não significa somente uma recordação, uma simples recordação, mas quer dizer que cada vez que celebramos este Sacramento participamos do mistério da paixão, morte e ressurreição de Cristo.
 A Eucaristia é o ápice da ação da salvação de Deus: O Senhor Jesus, se fez pão partido por nós, derrama sobre nós toda a sua misericórdia e seu amor, e assim renova o nosso coração, a nossa existência e a maneira como nos relacionamos com Ele e com os irmãos.
É por isto que sempre, quando nos aproximamos deste sacramento, se diz de: “Receber a Comunhão”, de “fazer a Comunhão”: isto significa que o poder do Espírito Santo, a participação na mesa eucarística se conforma de modo profundo e único a Cristo, nos fazendo experimentar já a plena comunhão com o Pai que caracterizará o banquete celeste, onde com todos os Santos teremos a alegria de contemplar Deus face a face.
Queridos amigos, nunca conseguiremos agradecer ao Senhor pelo dom que nos fez com a Eucaristia! É um grande dom e por isto é tão importante ir à Missa aos domingos.
Ir à missa não somente para rezar, mas para receber a Comunhão, este pão que é o Corpo de Jesus Cristo que nos salva, nos perdoa, nos une ao Pai. É muito bom fazer isto! E todos os domingos, vamos à Missa porque é o próprio dia da ressurreição do Senhor. Por isto, o domingo é tão importante para nós.
E com a Eucaristia sentimos esta pertença à Igreja, ao Povo de Deus, ao Corpo de Deus, a Jesus Cristo. Nunca terminará em nós o seu valor e a sua riqueza. Por isto, pedimos que este Sacramento possa continuar a manter viva na Igreja a sua presença e a moldar as nossas comunidades na caridade e na comunhão, segundo o coração do Pai. E isto se faz durante toda a vida, mas tudo começa no dia da primeira comunhão.
É importante que as crianças se preparem bem para a primeira comunhão e que todas as crianças a façam, porque é o primeiro passo desta forte adesão a Cristo, depois do Batismo e da Crisma.

Papa convida jovens a descobrir importância da virgindade

Papa Francisco convida jovens a compreenderem importância da virgindade e da pureza
 
Papa convida jovens a descobrir importância da virgindadeApós a Catequese desta quarta-feira, 5, o Papa Francisco fez um convite especial aos jovens para compreenderem “a importância da pureza e da virgindade”.
O Santo Padre recordou que hoje a Igreja celebra a memória de Santa Águeda, virgem e mártir e pediu que “sua virtude heroica” sirva de estímulo aos jovens na vivência da virgindade e da pureza.
 
Em seguida, referiu-se aos jovens enfermos e aos recém-casados. O Papa rogou para que o testemunho da santa ajude aos doentes a “aceitarem a cruz em união espiritual com o coração de Cristo”.
E aos novos casais, o Santo Padre pediu que o exemplo de Santa Ágata os encoraje a “compreenderem o papel da mulher na vida familiar de vocês”.

Na catequese, Papa reflete sobre sacramento da Eucaristia

Francisco enfatizou a importância de ir à Missa aos domingos para receber o Corpo de Cristo que nos salva e une ao Pai
 
papa_catequeseA Eucaristia foi o foco do Papa Francisco, na audiência geral desta quarta-feira, 5, na Praça São Pedro. O Pontífice segue com o ciclo de catequeses sobre os sacramentos, destacando que a Eucaristia está no coração da iniciação cristã, junto ao batismo e à crisma.
O Papa descreveu o cenário da Missa: o altar, a toalha, a cruz que indica o sacrifício oferecido por Cristo naquele altar. Trata-se de um momento em que Pão e Palavra se tornam um só, como na Última Ceia, quando todas as palavras de Jesus se concentraram em seu gesto de partir o pão e oferecer o cálice. “O gesto de Jesus, na Última Ceia, é de extremo agradecimento ao Pai por Seu amor e Sua misericórdia”.
O Santo Padre ressaltou ainda que a Celebração da Eucaristia é mais que um simples banquete, constitui a memória do sacrifício de Cristo. E memória é mais que uma simples recordação. “Quer dizer que, cada vez que celebramos esse Sacramento, participamos da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. A Eucaristia constitui o vértice da ação da salvação de Deus”.
Dessa forma, acrescentou o Papa, é possível experimentar, já na terra, a comunhão com o Pai. Ele destacou a grandeza do sacramento da Eucaristia, o que ratifica a importância de ir à Missa aos domingos.
“Nunca agradeceremos demais ao Senhor pelo dom que nos fez com a Eucaristia. É um dom muito grande, por isso é muito importante ir à Missa aos domingos, não somente para rezar, mas para receber a comunhão, este Pão que é o Corpo de Cristo e que nos salva, perdoa, nos une ao Pai. É bonito fazer isso!”
E todo esse caminho de fé começa na primeira comunhão. Por isso, Francisco defendeu a importância de uma boa preparação das crianças para receberem este sacramento, que é o primeiro passo da pertença a Cristo, junto ao batismo e à crisma.
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