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Papa escreve a rabino: “nunca mais o horror do Holocausto”

Em carta ao seu amigo rabino de Buenos Aires, Francisco recorda vítimas do Holocausto, considerado por ele vergonha da humanidade

Papa escreve carta a rabino: “nunca mais o horror do Holocausto”
Nunca mais o horror do Holocausto, uma vergonha para a humanidade. É o que escreve o Papa Francisco em carta ao seu amigo rabino de Buenos Aires, Abraham Skorka, nesta segunda-feira, 27, Dia Internacional em Memória das vítimas do Holocausto. O texto integral da carta será lido hoje à noite, no Parque da Música de Roma, por ocasião do concerto “Os violinos da esperança”, evento organizado em recordação das vítimas.
O Santo Padre escolheu a carta, uma das modalidades mais pessoais, para exprimir ao seu amigo rabino a sua proximidade ao povo judeu nessa data marcante. No documento, Francisco deseja que quem ouvir a música do violino possa identificar-se com aquelas lágrimas históricas e sentir forte o desejo de empenhar-se para que tal horror jamais se repita.
No concerto desta noite, tocarão juntos, pela primeira vez na Itália, doze violinos e um violoncelo sobreviventes do holocausto, cada um com a sua história dramática, reencontrados e restaurados pelo fabricante de violinos, o israelense Ammon Weinstein.
Significativamente, os violinistas solistas serão músicos representantes das três religiões monoteístas, para destacar a capacidade da música de unir, além de todos os limites, e de dar esperança também nas provações mais terríveis.

Papa destaca importância da unção de bispos e padres

Em homilia, Francisco agradeceu o ministério de padres e bispos que deram a vida a serviço do povo de Deus

papa unção
Na Missa, desta segunda-feira, 27, Papa Francisco fez um agradecimento aos sacerdotes que dão a vida no anonimato de seu serviço cotidiano. O Santo Padre destacou que a unção do Espírito Santo aos padres e bispos, dando a eles força para servir o povo de Deus, é o que faz diferença na Igreja.
O Papa afirmou que não se pode entender a Igreja como uma simples organização humana, pois há esta unção que faz toda a diferença. Trata-se do próprio Espírito do Senhor, que permanece com a pessoa ungida, como aconteceu com Davi, como relata a Primeira Leitura do dia.
“Sem essa unção, Davi teria sido um simples organizador político. Em vez disso, após a unção, o Espírito do Senhor desceu sobre Davi e permaneceu com ele. Esta é, justamente, a diferença da unção. O ungido é a pessoa escolhida pelo Senhor”.
Da mesma forma acontece com a Igreja, explicou Francisco. Assim, bispos não são eleitos somente para levar adiante uma organização, que se chama Igreja particular, mas são ungidos e o Espírito de Deus está com eles. Nesta unção, a Igreja tem a sua força.
“A unção aproxima os bispos e os padres do Senhor, dá a eles a alegria e a força para levar adiante o povo, para ajudá-lo e viver a serviço dele”, disse.
Sem pensar nos bispos e padres como ungidos, não se pode explicar como a Igreja segue adiante somente com as forças humanas, disse o Papa. Ele reconheceu que uma diocese, uma paróquia seguem em frente por causa de um povo santo, de organizações, mas também porque têm um ungido que as ajudam a crescer.
Nesse sentido, Francisco mencionou tantos bispos e sacerdotes santos, que entregaram suas vidas a serviço das dioceses, das paróquias. Tantas pessoas, segundo ele, receberam a força da fé, do amor e da esperança a partir desses párocos anônimos, cujas obras não aparecem nos noticiários.
“É o de sempre: faz mais barulho uma árvore que cai que uma floresta que cresce. Hoje, pensemos nesta unção de Davi. Fará bem a nós pensar nos nossos bispos e padres corajosos, santos, bons, fiéis e rezar por eles. Graças a eles nós estamos, aqui, hoje”.

Angelus com o Papa Francisco – 26/01/14

Angelus com o Papa Francisco - 26/01/14
ANGELUS
Praça São Pedro – Vaticano
Domingo, 26 de janeiro de 2014

Queridos irmãos e irmãs, bom dia,
O Evangelho deste domingo conta o início da vida pública de Jesus nas cidades e nos vilarejos da Galileia. A sua missão não parte de Jerusalém, isso é, do centro religioso, centro também social e político, mas parte de uma zona periférica, uma zona desprezada pelos judeus mais observadores, por motivo da presença naquela região de diversas populações estrangeiras; por isto o profeta Isaías a indica como “Galileia dos gentios” (Is 8, 23).
É uma terra de fronteira, uma zona de trânsito onde se encontram pessoas diferentes por raças, culturas e religiões. A Galileia torna-se assim o lugar simbólico para a abertura do Evangelho a todos os povos. Deste ponto de vista, a Galileia assemelha-se ao mundo de hoje: com presença de diversas culturas, necessidade de paralelo e de encontro. Também nós estamos imersos a cada dia em uma “Galileia dos gentios”, e neste tipo de contexto podemos nos assustar e ceder à tentação de construir cercas para estar mais seguros, mais protegidos. Mas Jesus nos ensina que a Boa Nova, que Ele traz, não é reservada a uma parte da humanidade, é para comunicar-se a todos. É um bom anúncio destinado a quantos o esperam, mas também a quantos talvez não esperam mais nada e não têm sequer a força de procurar e de pedir.
Partindo da Galileia, Jesus nos ensina que ninguém está excluído da salvação de Deus, antes, que Deus prefere partir da periferia, dos últimos, para alcançar todos. Ensina-nos um método, o seu método, que porém exprime o conteúdo, isso é, a misericórdia do Pai. “Cada cristão e cada comunidade discernirá qual seja o caminho que o Senhor pede, mas todos somos convidados a aceitar este chamado. Sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que têm necessidade da luz do Evangelho” (Exort.ap. Evangelii gaudium, 20).
Jesus começa a sua missão não somente de um lugar descentralizado, mas também por homens que se diriam, assim, “de baixo perfil”. Para escolher os seus primeiros discípulos e futuros apóstolos, não se dirige às escolas dos escribas e dos doutores da Lei, mas às pessoas humildes e simples, que se preparam com empenho à vinda do Reino de Deus. Jesus vai chamá-los lá onde trabalham, na margem do lago: são pescadores. Chama-lhes, e esses O seguem, imediatamente. Deixam as redes e vão com Ele: as suas vidas se tornarão uma aventura extraordinária e fascinante.
Queridos amigos e amigas, o Senhor chama também hoje! O Senhor passa pelos caminhos da nossa vida cotidiana. Também hoje, neste momento, aqui, o Senhor passa pela praça. Chama-nos para andar com Ele, para trabalhar com Ele pelo Reino de Deus, as “Galileias” dos nossos tempos. Cada um de vocês pense: o Senhor passa hoje, o Senhor me olha, está me olhando! O que me diz o Senhor? E se algum de vocês ouve que o Senhor lhe diz “siga-me”, seja corajoso, vá com o Senhor. O Senhor não desilude jamais. Sintam em seu coração se o Senhor vos chama para segui-Lo. Deixemo-nos alcançar pelo seu olhar, pela sua voz e O sigamos!  “Para que a alegria do Evangelho alcance até os confins da terra e nenhuma periferia seja privada da sua luz” (ibid, 288).

Papa Francisco reza pela paz na Ucrânia

Após oração mariana, Santo Padre deixou mensagens de paz, recordando violência na Ucrânia e assassinato de criança italiana

Papa Francisco reza pela paz na Ucrânia
 
Após o Angelus deste domingo, 26, Papa Francisco manifestou sua proximidade na oração aos atingidos pela violência na Ucrânia, que sofre com conflitos de uma crise em vigor desde o fim do ano passado.
“Desejo que se desenvolva um diálogo construtivo entre as instituições e a sociedade civil e, evitando todo recurso a ações violentas, prevaleçam no coração de cada um o espírito de paz e a busca do bem comum”.
Mencionando outra forma de violência, Francisco também recordou o assassinato do menino italiano Nicola “Cocò” Campolongo, que ao três anos foi queimado em um carro. “Rezemos com Cocò, que seguramente está com Jesus no céu, pelas pessoas que cometeram este crime, para que se arrependem e se convertam ao Senhor”.
A Praça São Pedro também estava lotada hoje com os jovens da Ação Católica das dioceses de Roma, que celebravam o término de sua “Caravana da Paz”. Francisco acolheu dois desses jovens junto a si, na janela de onde rezou o Angelus, e as crianças puderam soltar duas pombas brancas, simbolizando a paz.
O Santo Padre também deixou uma palavra para os doentes de hanseníase, já que hoje é o dia mundial dos que sofrem dessa doença, que ainda atinge muitas pessoas em condição de miséria. Para Francisco, é preciso manter viva a solidariedade com estas pessoas. “A elas asseguremos as nossas orações e rezemos também por todos aqueles que lhes ajudam e, de diversos modos, se empenham para vencer esta doença”.
Aos que vão celebrar em poucos dias o Ano Novo Lunar, entre os quais chineses, coreanos e vietnamitas, Francisco deixou seus votos de alegria e esperança.
“Que o desejo irreprimível de fraternidade, que habita em seu coração, encontre na intimidade da família o lugar privilegiado onde possa ser descoberto, educado e concretizado. Esta será uma preciosa contribuição para a construção de um mundo mais humano, no qual reine a paz”.

Levar a luz de Cristo a todos, pede Papa no Angelus

Recordando o início da vida pública de Jesus, Francisco falou da necessidade de sair de si mesmo e ir às periferias que precisam da luz de Cristo

Levar a luz de Cristo a todos, exorta Papa no Angelus
 
Que nenhuma periferia da vida seja privada da luz de Cristo. Esta foi a exortação do Papa Francisco, no Angelus deste domingo, 26, ao recordar que a salvação de Cristo é para todos, e não para um grupo reservado.
Aos fiéis, na Praça São Pedro, Francisco falou do Evangelho do dia, que conta o início da vida pública de Jesus. O Papa destacou que Cristo não começou Sua missão em Jerusalém, o centro religioso, social e político da época, mas de uma área periférica desprezada, conhecida como “Galileia dos gentios”.
Trata-se, como explicou o Papa, de uma área de trânsito que reunia pessoas de diversas raças, culturas e religiões. Com isso, Galileia tornou-se lugar simbólico para a abertura do Evangelho a todos os povos. E com essa característica, Galileia assemelha-se ao mundo de hoje, marcado por diversas culturas e a necessidade de encontro.
“Jesus nos ensina que a Boa Notícia não é reservada a uma parte da humanidade, mas é para ser comunicada a todos, a quem a espera e também a quem, talvez, não a espere e não tenha nem sequer força de buscá-la e pedi-la”.
O Papa lembrou aos fiéis que ninguém está excluído da salvação de Cristo. Deus prefere, justamente, partir da periferia para alcançar a todos, com um método que é a “misericórdia do Pai”. “Todos somos convidados a aceitar esse chamado: sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho”.
Esse chamado, finalizou o Papa, é feito, também hoje, na vida cotidiana. Dessa forma, quem sentir o chamado de Deus deve ter a coragem de segui-Lo, porque Ele não desilude jamais. “Deixemo-nos alcançar pelo Seu olhar, pela Sua voz, e O sigamos. Que nenhuma periferia seja privada da Sua luz”.

Homilia do Papa: vésperas na festa da Conversão de São Paulo

Homilia do Papa: vésperas na festa da Conversão de São Paulo
HOMILIA
Celebração das vésperas na solenidade da Conversão de São Paulo Apóstolo
Basílica de São Paulo Fora dos Muros
Sábado, 25 de Janeiro de 2014

“Estará Cristo dividido?” (1 Cor 1, 13). Este repto forte, que São Paulo lança quase ao início da sua Primeira Carta aos Coríntios e que ressoou na liturgia desta tarde, foi escolhido por um grupo de irmãos cristãos do Canadá como linha de fundo para a nossa meditação durante a Semana de Oração deste ano.
Com grande tristeza, o Apóstolo soube que os cristãos de Corinto estão divididos em várias facções. Uns afirmam: «Eu sou de Paulo»; outros dizem: «Eu sou de Apolo»; e outros: «Eu sou de Cefas»; e há ainda quem sustente: «Eu sou de Cristo» (cf. 1 Cor 1, 12). Nem sequer estes que pretendem apelar-se a Cristo podem ser elogiados por Paulo, porque usam o nome do único Salvador para se distanciarem dos outros irmãos dentro da comunidade. Por outras palavras, a experiência particular de cada um, o referimento a algumas pessoas significativas da comunidade tornam-se a norma para julgar a fé dos outros.
Nesta situação de divisão Paulo, «em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo», exorta os cristãos de Corinto a serem todos unânimes no falar, para que não haja, entre eles, divisões mas perfeita união de pensar e sentir (cf. 1 Cor 1, 10). Mas a comunhão, a que chama o Apóstolo, não poderá ser fruto de estratégias humanas. De fato, a perfeita união entre os irmãos só é possível referida ao pensamento e aos sentimentos de Cristo (cf. Fil 2, 5). Nesta tarde, encontrando-nos aqui reunidos em oração, sentimos que Cristo – que não pode ser dividido – quer atrair-nos a Si, aos sentimentos do seu coração, ao seu abandono total e íntimo nas mãos do Pai, ao seu esvaziar-se radicalmente por amor da humanidade. Só Ele pode ser o princípio, a causa, o motor da nossa unidade.
Encontrando-nos na sua presença, tornamo-nos ainda mais conscientes de que não podemos considerar as divisões na Igreja como um fenômeno de certo modo natural, inevitável em toda a forma de vida associativa. As nossas divisões ferem o corpo de Cristo, ferem o testemunho que somos chamados a prestar-Lhe no mundo. O Decreto do Vaticano II sobre o ecumenismo, fazendo apelo ao texto de São Paulo que estamos a meditar, afirma significativamente: «Cristo Senhor fundou uma só e única Igreja. Todavia, são numerosas as Comunhões cristãs que se apresentam aos homens como a verdadeira herança de Jesus Cristo. Todos, na verdade, se professam discípulos do Senhor, mas têm pareceres diversos e caminham por rumos diferentes, como se o próprio Cristo estivesse dividido». E, depois, acrescenta: «Esta divisão, porém, contradiz abertamente a vontade de Cristo, e é escândalo para o mundo, como também prejudica a santíssima causa da pregação do Evangelho a toda a criatura» (Unitatis redintegratio, 1). Todos nós fomos prejudicados pelas divisões. Nenhum de nós quer tornar-se um escândalo. E por isso todos nós caminhamos juntos, fraternalmente, pela estrada que leva à unidade, fazendo unidade com o próprio caminhar, aquela unidade que vem do Espírito Santo e conduz-nos a uma singularidade tão especial que só o Espírito Santo pode fazer: a diversidade reconciliada. O Senhor espera-nos a todos, acompanha-nos a todos, está com todos nós neste caminho da unidade.
Queridos amigos, Cristo não pode estar dividido! Esta certeza deve incentivar-nos e suster-nos a continuar, com humildade e confiança, o caminho para o restabelecimento da plena unidade visível entre todos os crentes em Cristo. Apraz-me pensar, neste momento, na obra de dois grandes Papas: os Beatos João XXIII e João Paulo II. Em ambos foi amadurecendo, ao longo do percurso de suas vidas, a consciência de como era urgente a causa da unidade e, uma vez eleitos Bispos de Roma, guiaram decididamente todo o rebanho católico pelas estradas do caminho ecumênico: o Papa João, abrindo caminhos novos e quase impensáveis antes; o Papa João Paulo, propondo o diálogo ecumênico como dimensão ordinária e imprescindível da vida de cada Igreja particular. A eles associo também o Papa Paulo VI, outro grande protagonista do diálogo: justamente nestes dias, recordamos o cinquentenário daquele seu abraço histórico, em Jerusalém, ao Patriarca de Constantinopla Atenágoras.
O obra destes meus antecessores fez com que a dimensão do diálogo ecumênico se tivesse tornado um aspecto de tal modo essencial do ministério do Bispo de Roma, que hoje não se compreenderia plenamente o serviço petrino sem incluir nele esta abertura ao diálogo com todos os crentes em Cristo. Podemos afirmar também que o caminho ecumênico permitiu aprofundar a compreensão do ministério do Sucessor de Pedro e devemos ter confiança de que vai continuar a fazê-lo também no futuro. Ao mesmo tempo que olhamos com gratidão para os passos que o Senhor nos concedeu realizar, mas sem ignorarmos as dificuldades que o diálogo ecumênico atravessa atualmente, peçamos a graça de sermos todos revestidos dos sentimentos de Cristo, para podermos caminhar para a unidade querida por Ele. E caminhar juntos já é fazer unidade!
Neste clima de oração pelo dom da unidade, quero dirigir as minhas cordiais e fraternas saudações a Sua Eminência o Metropolita Gennadios, representante do Patriarcado Ecumênico, a Sua Graça David Moxon, representante em Roma do Arcebispo de Cantuária, e a todos os representantes das diversas Igrejas e Comunidades eclesiais, aqui reunidos nesta tarde. Com estes dois irmãos, em representação de todos, rezamos no Sepulcro de Paulo e dissemos entre nós: «Rezemos para que ele nos ajude nesta estrada, nesta estrada da unidade, do amor, fazendo estrada de unidade». É que a unidade não virá como um milagre no fim: a unidade vem no caminho, fá-la o Espírito Santo no caminho. Se não caminharmos juntos, se não rezarmos uns pelos outros, se não colaborarmos em tantas coisas que podemos fazer neste mundo pelo Povo de Deus, a unidade não virá! A unidade faz-se neste caminho, em cada passo, e não somos nós que a fazemos: fá-la o Espírito Santo, que vê a nossa boa vontade.
Amados irmãos e irmãs, ao Senhor Jesus, que nos tornou membros vivos do seu Corpo, peçamos que nos conserve profundamente unidos a Ele, nos ajude a superarmos os nossos conflitos, as nossas divisões, os nossos egoísmos; e lembremo-nos de que a unidade é sempre superior ao conflito! E nos ajude a vivermos unidos uns aos outros por uma única força, a do amor, que o Espírito Santo derrama nos nossos corações (cf. Rm 5, 5). Amém.

Cristo é o princípio da unidade dos cristãos, diz Papa

Santo Padre fez a ressalva de que as divisões na Igreja não podem ser consideradas normais ou inevitáveis

 
O Papa Francisco presidiu as vésperas na tarde deste sábado, 25, na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, por ocasião da festa da Conversão do Apóstolo e no encerramento da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.
Cristo é o princípio da unidade dos cristãos, diz PapaAntes de iniciar a celebração, Francisco desceu ao túmulo do Apóstolo Paulo para rezar com o arcebispo metropolitano ortodoxo e representante do Patriarcado ecumênico de Constantinopla, Gennadios Zervos, e o representante do arcebispo de Cantuária e chefe da Comunhão Anglicana em Roma, o Pastor David Moxon.
Na presença de representantes ortodoxos, anglicanos e de outras comunidades cristãs, em sua homilia o Papa comentou o tema escolhido para a edição deste ano da Semana: “Estará Cristo dividido?” (1 Cor 1, 13).
Com grande tristeza, comentou o Pontífice, o Apóstolo soube que os cristãos de Corinto estavam divididos em várias facções. Até mesmo quem apelava a Cristo o fazia para se distanciar dos irmãos.
Diante desta divisão, Paulo exorta os cristãos de Corinto a serem todos unânimes, para que haja perfeita união de pensar e sentir. Mas a comunhão a que chama o Apóstolo, notou Francisco, não poderá ser fruto de estratégias humanas.
“Nesta tarde, encontrando-nos aqui reunidos em oração, sentimos que Cristo – que não pode ser dividido – quer atrair-nos a Si, aos sentimentos do seu coração, ao seu abandono total e íntimo nas mãos do Pai, ao seu esvaziar-se radicalmente por amor da humanidade. Só Ele pode ser o princípio, a causa, o motor da nossa unidade.”
As divisões na Igreja – prosseguiu o Papa – não podem ser consideradas como um fenômeno natural ou inevitável. “As nossas divisões ferem o corpo de Cristo, ferem o testemunho que somos chamados a prestar-Lhe no mundo”, acrescentou.
O Pontífice mencionou o Decreto do Concílio Vaticano II sobre o ecumenismo (Unitatis redintegratio), em que se afirma que Cristo “fundou uma só e única Igreja” e acrescentou: “Queridos amigos, Cristo não pode estar dividido! Esta certeza deve incentivar-nos e suster-nos a continuar, com humildade e confiança, o caminho para o restabelecimento da plena unidade visível entre todos os crentes em Cristo.”
Improvisando, o Papa acrescentou que todos foram prejudicados pelas divisões entre os cristãos. “Caminhemos fraternamente juntos no caminho da unidade, na unidade ‘reconciliada’, para a qual o Senhor nos acompanha”, exortou, explicando que a unidade não vai cair do céu como um milagre, mas será o Espírito Santo a propiciá-la.
Francisco citou ainda seus predecessores, os Beatos João XXIII e João Paulo II e Paulo VI. Segundo ele, a obra desses pontífices fez com que a dimensão do diálogo ecumênico se tornasse um aspecto essencial do ministério do Bispo de Roma, de forma que hoje não se compreenderia plenamente o serviço petrino sem incluir nele esta abertura ao diálogo com todos os crentes em Cristo.
“Amados irmãos e irmãs, peçamos ao Senhor Jesus que nos conserve profundamente unidos a Ele, nos ajude a superarmos os nossos conflitos, as nossas divisões, os nossos egoísmos e a vivermos unidos uns aos outros por uma única força, a do amor, que o Espírito Santo derrama nos nossos corações.”
O cardeal Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Kurt Koch, não pôde participar da cerimônia, devido a um resfriado, e sua saudação foi lida pelo secretário do dicastério, Dom Brian O’Farrell.
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