“A verdadeira
reconciliação é que Deus, em Cristo, assumiu os nossos pecados e fez-se pecado
por nós”, afirmou o Pontífice.
Da redação, com
Rádio Vaticano
O Papa Francisco celebrou na manhã deste sábado,
15, a Missa na Capela da Casa Santa Marta, no Vaticano, da qual concelebrou,
entre outros, o Cardeal Joseph Zen Ze-Kiun, membro do Conselho Especial para a
Ásia da Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos.
Em sua reflexão, aos fiéis aos presentes, o Santo
Padre destacou que a vida cristã, não é estar em paz até o fim da vida, mas ir
pelo mundo anunciando Jesus, que reconciliou o homem com Deus; é um dinamismo,
que leva a estar nas estradas e na vida levando o anúncio evangélico.
Citando o Apóstolo Paulo, o Santo Padre diz que
ele utiliza, por cinco vezes, o termo “reconciliação”, alternando-o com força e
ternura: “Suplico-lhes, em nome de Cristo: deixem-se reconciliar com Deus”
(IICor 5, 20). Mas, o que é a reconciliação? – perguntou o Papa.
“A verdadeira reconciliação é que Deus, em
Cristo, assumiu os nossos pecados e fez-se pecado por nós. E, quando vamos
confessar, por exemplo, não devemos apenas confessar os nossos pecados e Deus
nos perdoa. Não, não é só isso. É defrontar-nos com Jesus Cristo e dizer-lhe:
“Este pecado é seu e eu vou pecar novamente”. É disso que ele gosta, porque esta
é a sua missão: fazer-se pecado por nós, para livrar-nos”, respondeu.
Trata-se da beleza e do “escândalo” da redenção
atuada por Jesus, acrescentou Francisco. Mas, segundo ele, também é um mistério
do qual o Apóstolo Paulo tira uma lição, que o impele a ir adiante e a repetir a
todos o amor de um Deus, que entregou o seu Filho à morte por todos. “Não
obstante, corremos o risco de não atingirmos jamais esta verdade, no momento em
que desvalorizarmos a vida cristã, reduzindo-a a uma lista de coisas a serem
observadas, perdendo assim o ardor e a força do amor que ela contém”
O Papa ainda diz que a paz cristã não é ter certa
tranquilidade na ordem onde tudo é organizado e sereno, como pensam os
filósofos. “A paz cristã é uma paz inquieta, não é uma paz tranquila; ela vai
adiante para levar esta mensagem de reconciliação. A paz cristã nos impele a ir
adiante. Eis o início e a raiz do zelo apostólico”.
Todavia, concluiu o Papa, o zelo apostólico não é
ir adiante para fazer proselitismo ou estatísticas. “É verdade, as estatísticas
são boas, ajudam, mas não é isso que Deus quer de nós, fazer proselitismo. O que
o Senhor quer de nós é precisamente o anúncio desta reconciliação, que é o
núcleo da sua própria mensagem”.