Santo Padre
falou das duas formas de identificar a vivência dessa gratuidade: a pobreza e a
capacidade de louvar a Deus
Da Redação, com
Rádio Vaticano
O Evangelho deve ser anunciado com simplicidade e
gratuidade. Este foi o ensinamento do Papa Francisco na Missa celebrada por ele
nesta terça-feira, 11, na Casa Santa Marta.
Em sua homilia, o Papa se inspirou na exortação
feita por Jesus aos Apóstolos para anunciar o Reino de Deus: “Não leveis ouro,
nem prata, nem cobre nos vossos cintos. O Senhor quer que o anúncio seja feito
com simplicidade”, disse Francisco. Ele indicou a “palavra-chave” para o
anúncio: gratuidade.
“A pregação evangélica nasce da gratuidade, da
surpresa da salvação. E aquilo que eu recebi gratuitamente, devo dar
gratuitamente. E desde o início era assim”.
O Papa destacou que o Reino de Deus é um dom
gratuito e sublinhou que desde as origens da comunidade cristã, esta atitude
ficou sujeita à tentação. Existe a tentação, por exemplo, de buscar força para
além da gratuidade, enquanto a força do homem é a gratuidade do Evangelho.
Na Igreja, Francisco advertiu que isso pode criar
um pouco de confusão, pois o anúncio pode parecer proselitismo, e este não é o
caminho.
E sobre a forma, então, de identificar quando um
Apóstolo vive esta gratuidade, Francisco referiu-se a dois aspectos: a pobreza e
a capacidade de louvar a Deus.
“O anúncio do Evangelho deve ser feito no caminho
da pobreza. O testemunho desta pobreza: não tenho riquezas, a minha riqueza é
somente o dom que recebi, Deus. A gratuidade é a nossa riqueza! E esta pobreza
nos salva de nos tornarmos organizadores, empreendedores… Devem-se levar avante
as obras da Igreja, e algumas são um pouco complexas; mas com coração de
pobreza, não com coração de investimento ou de empresário, não?”
O Santo Padre voltou a dizer que a Igreja não é
uma ONG, é outra coisa, mais importante, e nasce desta gratuidade. E a pobreza é
um dos sinais desta gratuidade. “Quando um apóstolo não vive esta gratuidade,
perde a capacidade de louvar o Senhor”. Louvar o Senhor, segundo destacou
Francisco, é essencialmente gratuito, é uma oração gratuita.
“Estes são os dois sinais do fato de que um
apóstolo vive esta gratuidade: a pobreza e a capacidade de louvar o Senhor. E
quando encontramos apóstolos que querem fazer uma Igreja rica e uma Igreja sem a
gratuidade do louvor, a Igreja envelhece, a Igreja se torna uma ONG, a Igreja
não tem vida. Peçamos hoje ao Senhor a graça de reconhecer esta gratuidade: ‘do
receber e do dar’. Reconhecer esta gratuidade, dom de Deus. E também nós
prosseguirmos na pregação evangélica com esta gratuidade”, finalizou.