Crianças
famintas estão nos campos de refugiados, enquanto os fabricantes de
armas dão festa em salões. Esta foi a imagem forte que o Papa Francisco
evocou na Missa, desta terça-feira, 25, na Casa Santa Marta. Toda a
homilia do Santo Padre foi um apelo pela paz e contra todo tipo de
guerra no mundo ou na família.
Francisco enfatizou que a paz não pode
ser só uma “palavra” e exortou todos os cristãos a não se acostumarem
com o escândalo da guerra. Partindo da Carta de São Tiago, na Primeira Leitura do dia, o Papa condenou todas as guerras, que surgem quando os corações se afastam de Deus.
“Todos os dias, nos jornais, encontramos
guerras”, constatou Francisco, acrescentando que os mortos em conflitos
parecem fazer parte de uma contabilidade diária. O homem se acostumou a
ler coisas desse tipo e parece que o espírito da guerra tomou conta
dele. Segundo o Papa, hoje a situação de conflitos permanece a mesma, só
que, em vez de uma grande guerra, há pequenas guerras em todos os
lugares, povos divididos.
“As guerras, o ódio, a inimizade não são
comprados no mercado: estão aqui, no coração”, disse Francisco. Ele
recordou que a história de Caim e Abel causava escândalo quando ensinada
no catecismo às crianças, não se podia aceitar que um irmão matasse o
outro. Hoje, porém, milhões de irmãos se matam entre si e o ser humano
está acostumado com isso.
“A Primeira Guerra Mundial nos
escandaliza, mas esta grande guerra, um pouco em todo lugar, um pouco
escondida, não nos escandaliza! E morre tanta gente por um pedaço de
terra, por uma ambição, por ódio”.
Francisco ressaltou ainda uma situação
curiosa: diante de um conflito, tenta-se resolvê-lo brigando, com a
linguagem da guerra, sem pensar primeiro em uma linguagem de paz.
“As consequências? Pensem nas crianças
famintas nos campos de refugiados… Pensem somente nisto: este é o fruto
da guerra! E se querem, pensem nos grandes salões, nas festas que fazem
aqueles que são os patrões das indústrias de armas, que fabricam as
armas. A criança doente, faminta, um campo de refugiados e as grandes
festas”.
Este espírito de guerra, que afasta o
homem de Deus, está também nas casas, lembrou o Santo Padre. Ele citou
como exemplo tantas famílias em que pai e mãe não são capazes de
encontrar o caminho da paz e preferem fazer a guerra.
“Hoje, proponho a vocês rezar pela paz
(…) Os vossos risos – disse retomando o apóstolo Tiago – se transformem
em luto e a vossa alegria em tristeza. Isso é o que deve fazer, hoje, 25
de fevereiro, um cristão diante de tantas guerras, em todo lugar:
chorar, estar de luto, humilhar-se. O Senhor nos faça entender isso e
nos salve de nos acostumarmos com as notícias de guerra”.
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