Francisco disse que o empenho intelectual será mais fecundo e eficaz se for animado pelo amor a Cristo
O Papa Francisco recebeu, nesta quinta-feira, 10, no Vaticano, cerca de cinco mil professores e estudantes da Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, do Pontifício Instituto Bíblico e do Pontifício Instituto Oriental. Três instituições agregadas entre si e confiadas à Companhia de Jesus.
No início do seu discurso, o Papa recomendou que a colaboração e a sinergia entre elas [instituições] sejam intensificadas, a fim de que encarem o futuro com criatividade e uma visão global da situação e dos desafios atuais.
O Santo Padre destacou que é significativo o fato dessas Instituições Acadêmicas se encontrarem sempre estabelecidas em Roma, como a ligação à Igreja e a um passado e presente eclesiais.
“Esta é uma das inestimáveis riquezas das instituições romanas! Oferece uma preciosa ocasião de crescimento na fé e de abertura da mente e do coração ao horizonte da catolicidade. Dentro desse horizonte, a dialética entre centro e periferia assume uma forma própria, a forma evangélica, segundo a lógica de Deus, que chega ao centro a partir da periferia e para tornar à periferia”.
Um outro aspeto recordado pelo Papa foi a “relação entre estudo e vida espiritual”. “O empenho intelectual, no ensino e na investigação, será tanto mais fecundo e eficaz quanto mais animado for pelo amor a Cristo e à Igreja, quanto mais sólida e harmoniosa for a relação entre estudo e oração”.
Papa Francisco recorda a necessidade de estudar “com a mente aberta e de joelhos”. “É necessária uma verdadeira hermenêutica evangélica para perceber melhor a vida, o mundo, os homens”.
O Papa falou sobre “uma atmosfera espiritual de investigação e certeza”, baseada sobre as verdades da razão e da fé.
“O bom teólogo e filósofo tem um pensamento incompleto, sempre em desenvolvimento, que, como diz São Vicente de Lérins, se consolida com os anos, se dilata com o tempo, se aprofunda com a idade”.
A concluir, o Santo Padre recordou ainda que é “eclesial” o objetivo dos estudos em qualquer Universidade Pontifícia. Ele advertiu que a Universidade Gregoriana, o Instituto Bíblico e o Instituto Oriental “não são máquinas para produzir teólogos e filósofos, são comunidades em que se cresce em família”.
Francisco destacou que é preciso criar uma atitude de humanidade e sabedoria concreta, que faça dos estudantes pessoas capazes de construir humanidade e transmitir a verdade em dimensão humana.
“Se faltar a bondade e a beleza de pertencer a uma família de trabalho, acabará por ser um intelectual sem talento, um pensador carecido do esplendor da beleza, apenas ‘maquiado’ de formalismos”.
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